Por FERNANDO LICHTI BARROS
No Mercado da Lapa ninguém sabe quem é o homem alto e corpulento tantas vezes visto por lá comprando azeitonas e tremoços. Aquele mesmo que sempre elogia, com sotaque italianado, o pastel de palmito servido pelo Box 40:
No Mercado da Lapa ninguém sabe quem é o homem alto e corpulento tantas vezes visto por lá comprando azeitonas e tremoços. Aquele mesmo que sempre elogia, com sotaque italianado, o pastel de palmito servido pelo Box 40:
- Orra, isso vale por
um almoço.
O nome dele é Dorival Auriani, mas pode chamá-lo de Buda. Trompetista - e, mama mia, que trompetista! Ex-impressor
gráfico, ex-lateral direito do Nacional da Barra Funda, ele se tornou músico
profissional aos 20 anos, em 1949. Levado pelo irmão, Felpudo, também
trompetista, foi integrar a orquestra de Walter Guilherme, na Rádio Cultura.
Daí para a frente não parou mais.
Quando a onda
era samba-jazz, nos anos 60, lá estava ele com o Sambossa 5, com Os Cincopados
e o octeto de Cesar Camargo Mariano.
Seu nome está
registrado na contracapa de LPs de Milton Nascimento, Frenéticas e Premeditando
o Breque – apenas três exemplos da atividade febril que o levava a fazer quatro,
cinco gravações num único dia.
Shows com
artistas de renome? Anote alguns: Tony Bennett, Nancy Wilson, Roberto
Carlos, Burt Bacharach, Shirley Bassey, Ray Conniff, Johnny Mathis e Four Tops.
Orquestras?
Carlos Piper, Dick Farney, Elcio Alvarez, Luiz Arruda Paes, Osmar Milani,
Chiquinho de Moraes, Nelson Ayres e, claro, Sylvio Mazzucca. Foram 47 anos de
shows, discos e bailes com Mazzucca, uma amizade verdadeira.
Amizade daquelas
festejadas, ao término de uma boa apresentação, com macarronada numa cantina do
Bixiga. Ou com um presente como o oferecido por Mazzucca a Buda, durante a
gravação de um LP da orquestra, em 1985:
- O solo é seu.
Era uma
composição de Mazzucca, Perto de Você. E Buda, uma vez mais, tirou do trompete um som cristalino, bonito, a tradução de um sujeito tão admirável.
Perto de você - Sylvio Mazzuca- - YouTube
https://www.youtube.com/watch?v=5KZ6RTyhUmE
...
Gostei !!!
ResponderExcluirBoa Fernandão! Sempre mandando bem nas crônicas!
ResponderExcluirEu tive a oportunidade de tocar como contrabaixista no saborosa 5 e no octeto de cesar Camargo mariano, fora uma porrada de gravações em estdios sempre como baixista. Belíssimo trompletista
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