sábado, 8 de outubro de 2016

Bauru e o beija-flor

Por FERNANDO LICHTI BARROS

Foto: Régis Filho


De braços dados, caminhamos lentamente por um corredor no Instituto do Coração, em São Paulo.

Sujeito boa-praça, o Bauru, saxofonista que no fim da década de 30 começou a tocar na banda de Potirendaba, a cidade onde nasceu, no interior de São Paulo. 

Conversa agradável, memória precisa, histórias sobre dancings, boates, viagens, gravações com as orquestras de Carlos Piper, Dick Farney, Sylvio Mazzucca. E planos, muitos planos.

Poderia voltar a tocar um mês após receber alta, ele disse. Iríamos, então, “montar um grupo legal, bolar um projeto, conseguir patrocínio”. 

As ideias pareciam brotar de um menino encantado com o mundo, e não de um homem de 87 anos à espera de uma cirurgia.

Alguns passos depois, paramos diante de um janelão de vidro. Rondava o Hospital das Clínicas um helicóptero da Polícia Militar em tensa coreografia. E Bauru:

- Lindo. Parece um beija-flor.

Não é pra ter saudade de um cara assim?


Bauru - Apostolo Secco - YouTube


https://www.youtube.com/watch?v=n_0tGwEBZXY




Carlos Piper - LP O Som Espetacular da Orquestra de Carlos Piper ...

https://www.youtube.com/watch?v=uGnIUi3s9SM

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5 comentários:

  1. Lindo post... Meu pai realmente foi um ser especial.... Na parede ainda tem as marcas de lapis que ele anotava da trajetória da sombra do sol durante o ano... Obrigado....

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  2. Seu Bauru realmente era um ser de luz e brilho próprio.

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  3. Muito querido do meu pai Sax alto Pirai , bons momentos !

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  4. Querido Bauru... muito tempo na estrada, nos bailes da vida. Saudade 💜

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  5. Saudade do Bauru e de você, Fernando. Bauru virou a lata de lixo do mundo, nas últimas eleições. Infelizmente.

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