Por FERNANDO LICHTI BARROS
Chet Baker buscava um baixista para fazer shows na França. Sizão Machado estava em Paris e conhecia Chet. Um ano antes, em 1985, eles haviam ficado lado a lado, em São Paulo, na primeira edição do Free Jazz Festival e na gravação do CD Rique Pantoja & Chet Baker.
Retomariam, agora, a parceria, mas para completar o quarteto de Chet nessa nova jornada Sizão precisava de um contrabaixo acústico. Se a questão era essa, o trompetista tratou logo de resolvê-la. Foi a uma loja, tirou mil dólares do bolso e comprou para o colega brasileiro um instrumento simples mas eficiente.
No terreno musical, a única regra era embarcar rumo à liberdade. A cada vez Chet dava à mesma música uma cara diferente. E, apesar da inexistência de bateria no grupo, sugeriu a Sizão que flanasse pelas harmonias, sem se prender a marcações rígidas, às notas de cabeça.
Com a voz pequena, entre frases mastigadas, ele disse ao baixista que não se preocupasse: “Vamos tocar juntos”. Era a senha.
Num outro dia, ainda mais sucinto, revelou a Sizão o que invariavelmente esperava de quem estivesse tocando com ele:
- Cumplicidade.
Cinco sílabas de música e vida.
Rique Pantoja & Chet Baker- Saci (Brazilian Goblin) - YouTube
https://www.youtube.com/watch?v=qd4810PJhso
19 de out de 2015 - Vídeo enviado por ThePablorecords II
Rique Pantoja- Keyboards Chet Baker- Trumpet Sizão Machado- Bass Bob Wyatt
Mestres!!!
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