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quarta-feira, 6 de julho de 2016

Três do Rio: o tempo voa

   Por FERNANDO LICHTI BARROS


Camas, banheiro, armários, geladeira, sala de estar, escritório, alta quilometragem e muita história tem aquele ônibus estacionado no bairro de Interlagos, em São Paulo.

O Scania rodou o Brasil inteiro com seis técnicos e os músicos Miguel Maimone, José Américo Sestini e Clóvis Suete, os Três do Rio – todos, aliás, paulistas. Eles haviam passado quatro anos no exterior como integrantes do octeto Samba Blue. Após a dissolução do grupo, em 1964, formaram o trio. Estavam na Suiça, e por lá ficaram.

Depois de atuar em 27 em países da Europa e Oriente Médio, voltaram a São Paulo em 1968. A partir de então, Miguel, Sestini e Clovis cumpriram gigantesca agenda de bailes. Num deles dançava um publicitário. Aproximou-se do palco e propôs: que tal fazer teste para um comercial de televisão?

Eles toparam. Dias depois – era o começo da década de 90 -, foram à Rua Bocaina, em Perdizes. Ficava lá o Nosso Estúdio, de Walter Santos e Teresa Souza, criadores de trilhas para filmes publicitários e compositores de Amanhã e Vem balançar, entre outras maravilhas bossa-novistas. 

Não houve teste. Miguel, Sestini e Clóvis começaram imediatamente a fazer a primeira de uma série de treze gravações para uma campanha do Banco Bamerindus. 

Caracterizados de acordo com o gênero interpretado – do bolero ao xote e à tarantela -, os Três do Rio, após bailes às centenas e oito LPs, só viraram celebridades, daquelas reconhecidas nas ruas, ao cantar a fugacidade, a força do tempo, que passa e com ele tudo leva. Inclusive os bancos.