sábado, 16 de julho de 2016

A escola que Nenê cursou


Por FERNANDO LICHTI BARROS

Nenê Benvenutti estava no Alasca em 1989 para fazer shows e gravações. De repente, alguém quis saber quais as escolas por onde ele havia passado. O ex-baixista d´Os Incríveis sorriu: 

- Os bailes, o estúdio, a noite...  

Era o resumo da trajetória iniciada aos 12 anos com uma gravação em que tocou bateria - depois viriam as apresentações ao contrabaixo com The Rebels, o sucesso de O Milionário com Os Incríveis, a fase do instrumentista que vai gravar O menino da porteira com Sérgio Reis, vai acompanhar Elis Regina em teatro, Simonal em boate, Raul Seixas num garimpo em Itaituba, no Pará.

 Em 1967, a voz de Nenê se espalhou pelas ondas do rádio e da tevê dando tratos de pilantragem ao samba-canção Molambo. Nele o rapaz criado no bairro da Pompeia, em São Paulo, repetia o timbre pueril aplicado pelo norte-americano Chris Montez em The more I see you, num dos discos mais ouvidos do ano anterior.

Num dia de 1969, conversavam o baixista e Jorge Ben. “Vou fazer uma música pros Incríveis, quero que você cante”, disse o Babulina. 


Cumpriu a promessa: enquanto Os Incríveis gravavam um LP na RCA Victor, Jorge apareceu no estúdio. Ali mesmo, acompanhando-se ao violão, registrou O vendedor de bananas num gravador. A canção, incluída no disco, teve o reforço de Bauru, Maguinho, Felpudo e Broegas nos metais, e Nenê outra vez tornou-se cantor. Para ele, fácil: foi só fazer da voz um instrumento.

Os bailes, o estúdio, a noite... 













5 comentários:

  1. Esse blog é maravilhoso.
    Me delicio com as histórias!
    Parabéns!!!

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  2. Demais! Este blog é o elo perdido do momento mais importante da Música Popular Brasileira
    Parabéns!

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  3. E vamos lendo mais e mais... Parabens "Nando"

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  4. É sempre agradável ler as histórias da cena musical paulista publicadas pelo Fernando neste maravilhoso Ao Redor do Som. Sobre o Nenê, vou acrescentar um comentário em tom de fofoca. Consta que ele teve um namorico com a Elis Regina.

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  5. Grande Fernando Barros! Mais uma boa história da música e de músicos brasileiros. Abraço

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